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Cefaléia sinusal

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Cefaléia sinusal

Infeção dos seios é muito menos freqüente hoje que na era pré-antibiótico. Apesar disso, é freqüentemente superdiagnosticada: a mídia levaria a acreditar que muitas cefaléias são devido à sinusite.

Dor episódica recorrente na área dos seios é mais provável de ser migrânea de natureza com mudança secundária (neurovascular) nos seios produzindo sintomas locais. Se obstrução nasal pode levar a cefaléia crônica é muito controverso.

Paradoxalmente, doença dos seios, também tende a ser pouco diagnosticada, já que infeção do seio esfenoidal é freqüentemente não evidente.

Entretanto sinusite é em geral mais comum em crianças que em adultos, porém sinusite esfenoidal e frontal são raras nas crianças.

 

Seio

Idade

Sinusite

Maxilar

Presente ao nascer

Comum em crianças

Etmoidal

Presente ao nascer

Comum em crianças

Esfenoidal

Aparece após o 2º ano de vida e inicia aeração após o 8º ano de vida.

Adolescentes

Frontal

Se desenvolve a partir do seio etmoidal anterior por volta do 6º ano de vida.

Adolescente

 

Fatores predisponentes para sinusite

1- doença sistêmica

fibrose cística

deficiência imune

bronquiectasias

Síndrome dos cílios imóveis

 

2 – fatores locais

IVAS

Rinite alérgica

Uso abusivo de descongestionantes tópicos

Hipertrofia adenóide

Desvio de septo nasal

Pólipo nasal

Cigarro

 

Exames

RX -  Rx padrão é inadequado – não avalia seio etmoidal anterior, 2/3 superiores da cavidade nasal ou o meato médio , infundibular, e a passagem de ar frontal.

CT – corte coronal  mostra o complexo etmoidal. Na sinusite crônica mostra meato médio envolvido em 72% dos casos.

RMN – mais sensível que a CT  na detecção de infeção fúngica.

US – menos sensível que o RX

Transiluminação – tem baixa sensibilidade e especificidade.

Diagnóstico endoscópico por fibra ótica – visualização direta – é complementar à CT e RNM.

 

Achados clínicos

 

Aguda – duração de 1 dia a 3 semanas

Subaguda – duração de 3 semanas a 3 meses

Crônica – duração de mais de 3 meses.

 

Dor facial, congestão nasal e secreção nasal purulenta são manifestações comum na infeção sinusal aguda.

Outros sinais e sintomas clássicos incluem anosmia, dor a mastigação e halitose. História de  IVAS pode estar presente. O aparecimento de febre ocorre em 50 % dos adultos e 60% das crianças. Cefaléia é comum e usualmente contínua na sinusite, mas não intermitente. Nas crianças os sintomas apresentados podem ter manifestação mínimas.

Os sintomas de dor de cabeça, febre e dor facial tem valor mínimo no diagnóstico da sinusite.

As tabelas abaixo comparam os sintomas em relação a sua especificidade e sensibilidade:


 

 

Williams et al. Demonstraram que nenhum sintoma isolado é especifico e sensível o suficiente  para  estabelecer o diagnóstico de sinusite, como demonstra as tabelas acima.

 

 

 

DOR DE CABEÇA NA SINUSITE AGUDA – critérios diagnósticos IHS

 

a-) secreção nasal purulenta espontânea ou a aspiração

b-) achados patológicos em um ou mais dos seguintes testes – Rx / CT crânio / RNM / transiluminação.

c-) aparecimento simultâneo de dor de cabeça e sinusite.

d-) localização da dor de cabeça

         sinusite frontal – dor no local do seio, e pode irradiar para vertex  ou atrás dos olhos.

         Sinusite maxilar – dor na área antral ou irradiada para os dentes e toda a cabeça.

         Sinusite etmoidal –dor entre os olhos com radiação para área temporal.

         Sinusite esfenoidal – dor em região occipital, vertex, região frontal ou atrás dos olhos.

e-) dor desaparece após tratamento da sinusite.

 

TRATAMENTO

Tratamento da infeção bacteriana ( ATB – 10 a 14 dias)

Redução do edema ostial

Drenagem dos seios

Manutenção do passagem ostial dos seios, com limpeza nasal ou corticóides tópicos

Uso de descongestionantes nasais orais.

Não há necessidade de realização de cultura local em um tratamento inicial de uma sinusite simples.

Os antihistamínicos não são efetivos em tratamento de sinusite aguda.

 Em infeções recorrentes está indicado CT  ou endoscopia, cultura local para identificação do agente. O tratamento das complicações consiste em uso de ATB EV e drenagem cirúrgica dos seios.

 

BIBLIOGRAFIA

 

- Headache in clinical paractice

Stephen D. Silberstein

 

Autor

Dra Kellen Ribeiro Silva

Dra Kellen Ribeiro Silva

Neurologia Pediátrica

Especialização em neuropediatria no(a) FMB - UNESP.